Alto! Antes de achar que o título tem algo a ver com religião e me condenar, deixe-me explicar o porquê. Heresia é o mais novo livro da Editora Arqueiro, da qual eu estou profundamente apaixonada. Emprestei o livro para minha mãe e ela meio que decidiu que o nome do meu filho vai ser Felippo Bruno (nem tive chance de argumentar!). O que me lembrou um post do blog Diamante Literário na qual eu visito diariamente, que fala sobre paixão por personagens ficcionais. Pra ser sincera só Deus sabe o quanto eu já me apaixonei por homens que estão no papel, mas o Giordano Bruno (mudou o Felippo quando se ordenou padre) só viveu numa época diferente, mas realmente existiu.
Ficha técnica:
Título Nacional: Heresia
Autor: S. J. Parris
Páginas: 360
Editora: Arqueiro
Preço médio: 25,00 reais
Sinopse:
Inglaterra, 1583: o país enfrenta um período conturbado, marcado por conspirações para derrubar a rainha Elizabeth, que é protestante. Muitos de seus súditos estão insatisfeitos com o governo e anseiam pelo retorno do país à religião católica. Em meio a esse clima de conflitos religiosos, o monge italiano Giordano Bruno chega a Londres, tentando escapar da Inquisição, que o acusou de heresia por sua crença num Universo heliocêntrico. O filósofo, cientista e estudioso de magia logo é recrutado pelo chefe do serviço de espionagem real e enviado a Oxford.
Oficialmente, ele vai participar de um debate sobre as teorias de Copérnico, mas, em sigilo, deve se infiltrar na rede clandestina dos católicos e descobrir o que puder sobre um complô para derrubar a rainha. No entanto, quando um dos membros mais antigos de Oxford é brutalmente assassinado, a missão secreta do filósofo é desviada de seu curso. Enquanto ele tenta desvendar o crime, outro homem é morto e Giordano Bruno se vê envolvido numa sinistra perseguição. Alguém parece estar determinado a executar uma sofisticada vingança em nome da religião. Mas, afinal, de qual religião?
À procura de pistas, o monge percorre os labirintos da biblioteca de Oxford e visita tabernas infames e livrarias misteriosas fora dos muros da universidade, chegando a lugares que ele nunca soube que existiam e fazendo descobertas que poderiam ameaçar a estabilidade da Inglaterra. Envolvido em uma rede de intrigas e traição, ele percebe que às vezes nem mesmo os mais sábios conseguem discernir a verdade da heresia. Alguns, no entanto, estão dispostos a matar para defender suas crenças. Baseado em fatos reais da vida de Giordano Bruno, Heresia exigiu uma pesquisa minuciosa da autora, que investigou a fundo a trajetória do monge e o contexto político e religioso da época em que ele viveu. O resultado é um suspense histórico repleto de reviravoltas surpreendentes.
Resenha: Em primeiro lugar começo dizendo de que entre todas as capas das publicações do exterior a Arqueiro escolheu a melhor sem nenhuma dúvida, meio misteriosa. Aliás devo admitir aqui minha queda por fundos escuros e caras com capuz nas capas (Assassin's Creed: Renascença e A Mão Esquerda de Deus). Giordano Bruno realmente existiu, que não reste dúvidas quanto a este assunto.
Há um pouco de ficção amarrada junto com a realidade, mas sinceramente... Quem se importa? Fiquei tão imersa na história que quase me deprimi quando acabei, porque tive que esperar a continuação. O padre italiano é carismático, sarcástico, e um pouco safado, tudo medido para a hora certa e sem exageros. Aliás posso garantir que todos os outros personagens são igualmente bem construídos, tanto que detestei quem deveria detestar, admirei Sophia Underhill, a filha do diretor pela sua perspicácia, tudo seguindo a narrativa. Giordano nos leva numa investigação que me lembrou levemente o estilo Sherlock Holmes, embora com sua própria originalidade.
Contras: Agora tem um certo detalhe que eu deveria levantar, o livro tem passagens bem descritivas e minuciosas que eu amei, mas que não é o estilo de todo mundo. Ansiosamente esperando a continuação...
Nota: 9,8 - Adquira sem medo!